quarta-feira, 29 de novembro de 2017

Biblioteca da Gruta - Seção de Livros

Biblioteca da Gruta - Seção de Livros


Imagem relacionadaNesta página serão colocadas resenhas curtas sobre livros e obras. Assim poderão ter mais informações antes de adquirir ou pesquisar por livros em seus assuntos de interesse. Alguns livros que exigem, ou me instigam textos maiores e mas elaborados terão uma postagem própria, como os que vocês podem encontrar na aba "Livros" no menu acima.
Esta página, neste mesmo link, será sempre atualizada conforme saírem novos textos, mas eles serão publicados primeiramente no Instagram do site: https://www.instagram.com/GrutaDoBardo
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Boa caça a todos!

Livros disponíveis

Wicca Brasil - Guia de Rituais das Deusas Brasileiras, Mavesper Cy Ceridwen

Livro Wiccaniano do Dia-a-Dia - Lendas e Tradições para cada dia do ano, Gerina Dunwich

Todas as Deusas do Mundo, Claudiney Prieto

A Magia do Vodu, Maria Helena Farelli
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Wicca Brasil - Guia de Rituais das Deusas Brasileiras, Mavesper Cy Ceridwen

"Wicca Brasil - Guia de Rituais das Deusas Brasileiras", de Mavesper Cy Ceridwen. - Dada as poucas informações à respeito, a diversidade enorme dos povos nativos e suas culturas e as fontes que generalizam os "povos indígenas" e suas crenças, ter esse livro em sua biblioteca será ótimo para introduzir inicialmente vários nomes e lendas, os quais você poderá aprofundar seus estudos em pesquisas externas se for do seu interesse, conhecendo novas versões e analisando outros elementos. O livro trás dezenas de mitos nativos do Brasil sobre Deusas e outras figuras que na visão da autora podem ser entendidas como Deusas, além de trazer rituais cuidadosamente elaborados que exaltam elementos de nossa terra para aqueles que seguem a Wicca ou outras práticas neopagãs, de bruxaria por exemplo. Possui lista de palavras 'indígenas' que podem ser usadas em nomes pagãos, uma "Roda do Ano Arawetê" e um pouco sobre a diversidade vegetal. Não posso julgar esta obra no sentido de sua aplicação à Wicca, pois não vivencio a religião, mas imagino sua qualidade devido a fama da autora no meio. Posso dizer que apreciei muito a leitura. O Universo me mostrou o livro em uma feira de rua que ocorria na minha cidade em uma semana em que estava interessado no Paganismo do Brasil, portanto, foi um verdadeiro achado. A obra é um prato cheio de lendas, mitos e histórias que mostram como o paganismo dos nativos de nossa terra é rico e suas divindades são apaixonantes. . . "A obra que vem suprir uma lacuna há muito sentida nos meios pagãos:tornar possível celebrar a Deusa de acordo com a interpretação dos brasileiros.(..)Inestimável para praticantes de bruxaria ou pessoas interessadas em mitologia comparada,este livro é pioneiro para uma abordagem neopagã, nascida da prática e reflexão da religião Wicca em terras brasileiras." . . Conheça a Gruta: https://grutadobardo.blogspot.com 🍃 . . #paganismo #pagan #heathen #bruxaria #witchcraft #wicca #wiccan #WiccaBrasil #MavesperCyCerydwen #mitologia #livro #resenha #magia #neopaganismo #neopaganism #GrutaDoBardo #Deusa #Deusas #Deuses #pagão #pagã

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Livro Wiccaniano do Dia-a-Dia - Lendas e Tradições para cada dia do ano, de Gerina Dunwich

Livro Wiccaniano do Dia-a-Dia - Lendas e Tradições para cada dia do ano, de Gerina Dunwich . . A obra pode não parecer muito útil para quem não segue a religião Wicca (a julgar pelo nome), mas na verdade, o livro não tem um sentido espiritual e ritualístico, sendo mais um compilado de datas e tradições para cada dia do ano. Para quem já segue tradições específicas ou mantem cultos à divindades específicas o livro pode não ser de tanta serventia, mas para quem mantém um caminho eclético, ainda está se encontrando ou simplesmente tem um espírito curioso e gosta de aprender independente de qualquer coisa, com certeza é um livrinho que vale a pena ter na sua biblioteca, como um dicionário de datas à ser consultado. As informações sobre as datas são limitadas e genéricas, mas servem de pontapé inicial para o leitor aprofundar sua pesquisa caso tenha se interessado pelo assunto em questão. Para cada dia do ano, Gerina Dunwich mostra festivais, datas de celebração, dias santos, acontecimentos importantes e datas folclóricas que de alguma forma se relacionam com o paganismo, como os dias de diversas divindades pelo mundo e pela história, costumes pagãos, passagens astrológicas e nascimentos e mortes de grandes nomes. Se você já leu ou tem alguma dúvida, deixe nos comentários! . j . . Curta nossas páginas "Gruta do Bardo" e "Mistérios dos Deuses" no Facebook e acesse nosso site https://grutadobardo.blogspot.com.br/ 🍃 . . . #wicca #paganismo #bruxaria #pagan #heathen #wiccan #magia #magic #livro #livros #book #books #grutadobardo #LivroWiccaniano #LivroWiccanianodoDiaADia #GerinaDunwich #witchcraft #wizardry #gods #goddess #MisteriosDosDeuses

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Todas as Deusas do Mundo, Claudiney Prieto

Todas as Deusas do Mundo, por Claudiney Prieto . . Como vocês devem imaginar, apesar do título, a obra não trás TODAS as Deusas do mundo, coisa que seria impossível. No entanto, trás o nome de diversas divindades femininas, com seus mitos contados de formas sensíveis e agradáveis de se ler. Muitas culturas são contempladas neste livro: celta, egípcia, grega, romana, nórdica, norte-americana, entre outras. Possui o diferencial de ainda mostrar divindades do panteão yorubá (Orixás) em suas interpretações como Deusas, o que é muito interessante visto que grande parte da literatura neopagã ignora o paganismo africano quando o assunto não é o Egito. Outra coisa legal, é que o livro trás várias ilustrações das divindades em desenhos riscados extremamente belos, que são um verdadeiro deleite de se observar. Além das Deusas que estruturam a obra e possuem uma descrição mais detalhada, ilustrações e rituais meditativos neopagãos, o livro ainda conta com uma espécie de glossário, relativamente longo, que descreve brevemente uma diversidade enorme de outras divindades e sugere a pronúncia adequada de seus nomes. Um material muito interessante para quem se interessa por mitologia, e principalmente para os que buscam saber mais sobre o "Culto à Deusa" e às mulheres que buscam trabalhar o Sagrado Feminino. Se você já leu ou tem alguma dúvida, deixe seu comentário! . . "A Deusa retorna à vida moderna trazendo de volta toda a sua vitalidade, poder e conhecimento. Ressurge como resposta aos que se sentem insatisfeitos com as religiões ocidentais - centradas no poder político e no domínio da figura masculina - ou com a religião herdada de seus adeptos." . . Curta nossas páginas "Gruta do Bardo" e "Mistérios dos Deuses" no Facebook 🌙 Acesse nosso site https://grutadobardo.blogspot.com.br/ 🌙 . . #wicca #paganismo #bruxaria #pagan #heathen #wiccan #magia #poderfeminino #livro #livros #book #books #grutadobardo #TodasAsDeusasDoMundo #ClaudineyPrieto #witchcraft #paganism #witch #witches #neopaganismo #pagã #pagão #gods #goddess #MisteriosDosDeuses #Deusa #Deusas #bruxa #bruxas #SagradoFeminino

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A Magia do Vodu, Maria Helena Farelli

A Magia do Vodu, por Maria Helena Farelli . . Antes de dizer o que gostei nessa obra, é importante falar de alguns contras. Em vários momentos, a descrição do Vodu me parece preconceituosa, onde adjetivos como "terrível" e "assustador" estão sempre presentes. Não sei se isso foi uma publicidade para se aproveitar do sensacionalismo e esteriótipos populares sobre o Vodu ou se seria a reprodução do estranhamento ao diferente, dado o eurocentrismo da produção esotérica atual, que faz tudo que vem da Mãe África parecer bizarro. Além disso, como o título sugere, a abordagem do assunto é esotérica, não orientada para a espiritualidade do Vodu, que antes de tudo é uma religião. Juntando essas coisas, o resultado faz parecer que o Vodu é um show de magia negra, fenômenos e rituais assustadores. Apesar disso, não me arrependo de ter adquirido e ter lido. A obra teria sido escrita baseada em vivências que a autora teve em Nova Orleans e em Benin (África), por isso, acaba trazendo muitas curiosidades e conhecimento folclóricos. Além disso, os capítulos são leituras simples e que apresentam os leigos à diversos termos e nomes, incluindo os das divindades, como o Baron Samedi. Assim, o material me ajudou muito para direcionar as minhas pesquisas sobre o tema na internet, dando a base que permitiu que eu me aprofundasse. Para os interessados, o livro ainda traz alguns encantamentos e trabalhos para diferentes fins dentro da lógica voduna. . . Curta nossas páginas "Gruta do Bardo" e "Mistérios dos Deuses" no Facebook 🌙 Acesse nosso site https://grutadobardo.blogspot.com.br/ 🌙 . . #Vodu #Voodoo #BaronSamedi #AMagiaDoVodu #MariaHelenaFarelli #wicca #paganismo #bruxaria #pagan #heathen #wiccan #magia #livro #livros #book #books #grutadobardo #witchcraft #paganism #witch #witches #feitiçaria #pagã #pagão #feitiços #feitiço #MisteriosDosDeuses #bruxa #bruxas #resenha

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O ELO ENTRE VAMPIROS, BRUXAS, FEITICEIROS E CORUJAS


O ELO ENTRE VAMPIROS, BRUXAS, FEITICEIROS E CORUJAS
Por: Iago Ferraz Wild (Puck)

   Quando se fala sobre vampiros, podemos pescar informações e mitos de diversas regiões e culturas. Neste caso, destacam-se as europeias. Mas, aqui falaremos especialmente sobre os vampiros da Romênia, talvez os mais influentes na cultura globalizada devido a fama da Transilvânia. 
   Muitos indícios apontam que os vampiros romenos, em algumas de suas interpretações, seriam as próprias bruxas e feiticeiros, mitificados pelo medo dos civis e recebendo crendices populares que os associam aos mortos vivos com poderes demoníacos, sem sabermos ao certo se esses feiticeiros e bruxarias também se denominavam strigoi -vampiros romenos- ou não. 
   Em uma descrição superficial, os vampiros romenos chamados Strigoi, seriam o espírito de mortos ou mortos-vivos que não contentes com o túmulo, atormentam os vivos. Os strigoi possuem tanto um caráter fantasmagórico, associados à poltergeists e aparições, quanto o que se espera de um vampiro no atual imaginário popular: um monstro sanguinário. 
 Podemos entender estes aspectos diferentes através da terminologia romena, onde os "strigoi mort" apresentam o aspecto imaterial, sendo o espírito de mortos que retornam ao mundo dos vivos, especialmente para a casa onde viveram com suas famílias. Então, começam a exercer influências fantasmagóricas e demoníacas, iniciando-se com poltergeists, até a destruição de colheitas e o enfraquecimento de sua família até a morte. Neste último estágio, já possui forças para sair de onde foi seu lar e atormentar à outros. 
   Já os "strigoi viu", os vampiros vivos, são mais próximos do que entendemos como vampiros. Possuem habilidades mágicas, como a invisibilidade, a transformação em animais e a capacidade de drenar a vida das outras pessoas através do sangue. E é aí que começa a ficar interessante. Esses vampiros possuem essas habilidades pois são feiticeiros
   Lembre-se que a figura da feiticeira foi associada ao hábito de usar o sangue alheio para manutenção de sua beleza e juventude, uma crença comum em várias partes da Europa. A interpretação dessa crença na Romênia pode ser o que gera a ideia de imortalidade dos strigoi, difundida em algumas versões.
   De acordo com Adrian Cremene, em seu livro "Mythologie du vampire en Roumanie", este tipo de strigoi (strigoi viu) usava suas habilidades para tirar a produção de agricultores, também sendo capazes de controlar as chuvas e trazer granizo, além de lançar maldições de morte. 
   Apesar disso, saber que os strigoi seriam feiticeiros não quer dizer que a figura do vampiro seria uma interpretação ou uma classe dos praticantes de bruxaria e feitiçaria da época e região, mas outras coisas podem sugerir isso. 
   Essas informações não tem a intenção de dizer que os vampiros romenos seriam necessariamente as bruxas e feiticeiros da região, pois além dos strigoi mort, existem várias representações de vampiros, acreditados de carne e osso, que enriquecem o folclore da Transilvânia, atual Romênia, e que não se ligam às compreensões de bruxaria e feitiçaria. A intenção é mostrar que algumas dessas diversas interpretações os mostra como bruxas e feiticeiros (ou mostra as bruxas e feiticeiros como vampiros), que por seus poderes sobrenaturais eram vistos literalmente como seres sobrenaturais. 
   Para começar, o nome dado às bruxas em romeno é strigoaică, basicamente uma palavra feminina para strigoi. Ambas as palavras derivam de strigä, que significa "grito", "pio de coruja" ou especificamente uma referência às coruja-das-torres, ou coruja-rasga-mortalha (corujas da família Tytonidae). As corujas, como muitos sabem, apresentam relações folclóricas com a bruxaria e até mesmo no Brasil as rasga-mortalhas são temidas pela crença de que seu piado ou o evento de ser sobrevoado por uma é um presságio de morte. 
 Os mistérios da palavra "strigä" não param na coruja. Os equivalentes italianos da palavra, também descendentes do latim "strix (coruja) como "strigä", são "strege", "strighe" ou "striga", que são literalmente nomes dados às bruxas italianas, das chamadas Stregheria e Stregoneria, conhecidas também como Vecchia Religione, ou simplesmente, Bruxaria Italiana.
  Palavras semelhantes também são referidas como "bruxa" em outros idiomas como o português de Portugal (estrige), embora na maioria dos idiomas apareça apenas como "coruja". "Stryge", no francês, diz respeito de criaturas femininas voadoras e demoníacas.

"O termo é striges na Grécia, strigoi na Romênia, e strega na Itália. Esta bruxa foi muitas vezes uma mulher capaz de mudar de forma e voar pela noite sob a forma de um pássaro, mais frequentemente uma coruja. Ela sugava sangue humano e tinha respiração venenosa." (Eli Edward Burriss, 1931).

  Os animais associados aos strigoi e suas transformações ainda coincidem com os animais associados à bruxaria no imaginário europeu, como corujas (obviamente), cães, gatos, sapos, cobras, aranhas e é claro, morcegos.  

"Se o falecido tem cabelo vermelho, ele está muito propenso ao fato de voltar na forma de cão, sapo, pulga ou percevejo, e que entrar em casas durante a noite para sugar o sangue de jovens lindas. Portanto, é prudente esgueirar o caixão com força ou, melhor ainda, enfiar uma estaca no peito do cadáver." (Élisée Reclus, 1887).

  De acordo com certas fontes, os romenos ainda acreditavam que os vampiros se reuniriam em grupos, como clãs, para trocar conhecimentos e confraternizar. Desta ultima informação eu não pude confirmar a veracidade em artigos acadêmicos mais confiáveis, mas achei interessante compartilhar caso o leitor deseje se aprofundar na pesquisa. 
  Já em uma perspectiva cristã, os praticantes de bruxaria teriam grande probabilidade de se tornarem vampiros após a morte e no geral, a figura da bruxa era associada à figura da vampira, pois os religiosos defendiam que ambas haviam vendido a alma para o Diabo. De acordo com artigo "From Woods and Water to The Gran Bazaar: Images of Romania in English Travelogues After WWI", de Andi Sâsâiac, em 1923, uma mulher teria sido acusada de feitiçaria na Romênia sendo também suspeita de ser uma vampira.
   A verdade é que a tendencia do homem sempre foi de terceirizar ao sobrenatural suas tragédias, como a morte de seus bebês e a pouca fartura de suas colheitas (o que eu acho possível, porém muito exagerado em muitos casos), e isso refletia na imagem daquelas figuras que estariam ligadas à práticas ditas sobrenaturais, o que já é o suficiente para conectarmos as bruxas e os vampiros. A partir do cristianismo no entanto, certamente isso se agrava e, como todos sabem, a imagem dos praticantes de feitiçaria ou os que mantiveram crenças e tradições pagãs são demonizados e perseguidos, quando não diretamente, indiretamente através da difusão de associações entre o Capeta e o Mal do Mundo às figuras como as bruxas e strigoi.
  Por isso, acredito que entender a relação e o contexto entre essas figuras é um jeito de honrar não só as culturas, tradições e os folclores pagãos, mas de honrar nossos ancestrais e antepassados da Arte e dos Velhos Caminhos. Ancestrais e antepassados que na velha Transilvânia, de acordo com as associações folclóricas (mesmo que não saibamos se "strigoi" era apenas um termo perjorativo e de uso externo ou se também era usado pelos verdadeiros praticantes de feitiçaria) além de bruxas, feiticeiros e pagãos, eram vampiros. 
- Texto de Iago Ferraz Wild (Puck)- Gruta do Bardo.

Coruja-rasga-mortalha (Tyto alba) e seu "grito".


Bibliografia utilizada:
-  "Mythologie du vampire en Roumanie" - Adrien Cremene.
- "From Woods and Water to The Gran Bazaar: Images of Romania in English Travelogues After WWI" - Andi Sâsâiac. 
- "The Creatures of Night: Vampires From Books to Films" - Andre Marc Strumer.
- "Vampire in Mythologie und Folklore.” - Marco Frenschkowski.
- "Nouvelle Géographie Universalle, 1887" - Élisée Reclus.
-"Taboo, Magic, Spirits: A Study of Primitive Elements in Roman Religion" - Eli Edward Burriss.
- Wikipédia: Strigoi (https://pt.wikipedia.org/wiki/Strigoi ; https://en.wikipedia.org/wiki/Strigoi)
- How Stuff Works (https://science.howstuffworks.com/science-vs-myth/strange-creatures/vampire3.htm)



Fonte imagem: https://br.pinterest.com/pin/546272629776290587/

segunda-feira, 27 de novembro de 2017

Uma Aventura Xamânica com o Menino Lobo

Uma Aventura Xamânica com o Menino Lobo
- Por: Iago Ferraz Wild (Puck)

“Chill, o abutre, conduz a noite incerta, 
A que o morcego Mang ora liberta.
As manadas dormem no curral nesta hora,
Porque vagamos livres até a aurora.
Esta é a hora do orgulho e da força,
Das patas, das presas e das garras.
Ouçam o grito! Boa caçada para todos
Os que respeitam a Lei do Jângal." 
- Canção noturna do Jângal



Acredito que a maioria conheça ou já tenha ouvido falar em 'Mowgli (ou Mogli), o Menino Lobo", talvez pelas animações e pela mais recente adaptação para o cinema, ou o próprio "Livro da Selva" (The Jungle Book), que na versão que eu li (que traz apenas os contos que envolvem o menino) e venho escrever sobre, a palavra "selva" ou "jungle" são substituídas por "Jângal". Jângal vem do sânscrito jangala, se referindo à uma vegetação típica da Índia, parecida com o que chamaríamos genericamente de Selva. 


"Boa sorte te acompanhe, ó Chefe dos Lobos; e boa caça e dentes rijos tenham teus nobres filhos, e que nunca se esqueçam dos famintos deste mundo!" - Diz Tabaqui, o Chacal, que costuma se alimentar dos restos da caça dos lobos.

O autor Rudyard Kipling publicous as histórias de Mowgli em dois livros, mas compilados em um só na edição que adquiri, "Histórias de Mowgli, do Livro  do Jângal", da Editora Martin Claret, edição de bolso, traduzida por Casemiro Linarth e com uma capa magnificamente linda. Mas vamos ao que interessa!


"Ler este livro é aprender a ser mais humano; é entender como são as inter-relações dos homens com as lições dadas pela Natureza." 
- Luiz Carlos Gabriel, professor, jornalista e participante do Movimento Escoteiro no Brasil.

Não é difícil imaginar como a história de um menino criado por lobos, ensinado por um urso, uma pantera e uma cobra e crescido em meio à selva pode ser observada e absorvida sobre um olhar pagão, ainda mais se considerarmos que a obra literária é muito diferente e muito mais profunda que as adaptações da Disney
Alguns pontos que mostram diferenças que ajudam a entender a complexidade dos contos sem estragar a emoção da leitura para aqueles que ainda não leram, são o fato de Mowgli não ser uma presa vulnerável e temente ao maligno tigre Shere Kan, mas um corajoso e temível oponente; Bagheera, a pantera, na verdade ser uma fêmea que apesar de maternal, é temida e implacável; Baloo, ao invés de um urso preguiçoso e malandro, é um professor rígido, sério e comprometido; Kaa, a cobra, embora ardilosa, mais do que um personagem secundário, é uma grande companheira do menino e que se mostra muito importante em vários momentos; e por fim, os lobos, que tem importância maior no livro do que nas adaptações e nem sempre se mostram favoráveis ao menino, com exceção daqueles que fazem parte de sua família e sempre são leais. 

É importante ter essas diferenças em mente, pois a representação adaptada e limitada destes personagens nas telinhas não permitem que se perceba o profundo papel de professores e da transferência de suas Medicinas Xamânicas para o menino Mowgli. 

As Medicinas
Grosso modo, o uso popular e contemporâneo do termo "Medicina Animal", refere-se aos ensinamentos, mensagens, energias e aspectos de cada arquétipo animal espiritual, bem como suas capacidades de nos curar espiritual e emocionalmente, nos mentorar e guiar no sentido da evolução, superação e realização, além de nos perfurar com suas garras e presas quando for necessário para nosso aprendizado. Nos contos de Mowgli, o filhote de homem é literalmente guiado e ensinado por animais, e tendo sido proposital da parte do autor ou não, esses ensinamentos trazem nuances de suas medicinas sagradas e simbolismos.

Midnight Panther.gifBagheera, a Pantera, em seu comportamento de proteção e cuidado intensos perante o menino evoca a força da maternidade felina com seus filhotes, que podemos observar na natureza. Evoca ainda, a qualidade do instinto, pois desde antes de conhecer o menino já oferecera um touro como presente para convencer os companheiros animais à aceitá-lo no Jângal. Bagheera sempre ensinou a cautela ao menino, ao mesmo tempo que o ensinava a ser corajoso, implacável e astuto, qualidades que podemos encontrar na medicina e simbologia desse animal e no seu comportamento na Natureza. A paciência e calma também são marcantes, embora seja uma das figuras mais temidas e respeitadas.

Bear.gifBaloo, o Urso, é o personagem que ao meu ver, junto com a cobra Kaa, mas expõe claramente a medicina do animal que representa. Sendo um dos animais totêmicos mais antigos em várias culturas pelo mundo, o Urso é um grande protetor e um grande sábio, mas que exige extremo respeito e se coloca com rigidez e firmeza, sendo claro que a mesma força que ele tem para proteger, tem para atacar com suas patas fortes e garrar afiadas, e que a mesma sabedoria que tem para ensinar, tem para caçar. Essas características são muito claras no amado Baloo, o responsável por tutorar o menino lobo fazendo com que ele aprenda profundamente a Lei do Jângal em todas as suas especificidades, além de aprender os diferentes 'idiomas' e conhecer as histórias sobre os animais e lugares. Embora seja um dos grandes protetores do menino, Baloo exige firmemente que ele aprenda seus ensinamentos e se posiciona de forma dura e agressiva quando ele não corresponde a essas expectativas, mesmo que precise usar suas garras. Enquanto Bagheera mostra uma grande sabedoria sobre o cotidiano, Baloo mostra uma grande sabedoria sobre a selva e sobre a vida. 

Snake.gifKaa, a Cobra Píton, é um dos mais temidos seres do Jângal, seja pelo seu incrível tamanho e abraço mortal, ou seja por ser encantadora e ardilosa a ponto de atrair sua presa para seu abraço de boa vontade, através de seu poder de fascinação, uma hipnose fantástica. Esse respeito é marcante na medicina da Grande Cobra, bem como o potencial de transformação e a grande sabedoria, também percebidas em Kaa. Além das transformações óbvias em suas mudanças de pele, devido aos conselhos e atitudes frutos de seu vasto conhecimento, Kaa é o principio motivador de grandes transformações e passagens na vida de Mowgli e de seu meio, exercendo o mesmo papel que o Espírito da Cobra exerce em nossas vidas quando chamado. 

War Wolf.gifGloom Wolf.gifOs lobos, em um sentido que imagino que você só conseguirá desfrutar totalmente através da leitura dos contos, trazem o sentido da lealdade, da importância do clã e do companheirismo, ao mesmo tempo que representam um dos princípios mais agressivos da floresta, seja como caçadores ou seja entre eles próprios, através de observações que o autor fez certamente estudando o comportamento desses animais na Natureza, e assim retratando seu espírito de forma precisa e poética. O próprio Mowgli, em sua personalidade e comportamento, naturalmente mostra muito da Medicina do Lobo, como a inteligência, a lealdade e a destreza.

Elephant.gifHathi, o Eefante, traz de forma linda a sabedoria e a carga ancestral do ser sagrado que é o Elefante. Não por acaso, ele é o Senhor do Jângal, e por todos respeitado. 

"Hathi nunca faz as coisas antes de chegar a hora, e este é um dos motivos por que sua vida é tao longa."

Outros ensinamentos
As relações e os dialogos entre os animais, entre os quais eu incluo Mowgli, o filhote de homem e menino lobo, dizem muita coisa sobre as leis da natureza e sobre valores importantes para o funcionamento do mundo. Um dos pontos fortes é a gratidão, vista quando Mowgli não se alimenta de touros, por ter sua vida sido comprada por um; ou na passagem em que Bagherra compromete-se em deixar parte de sua caça para Chil, o Abutre, em gratidão por sua ajuda. Assim, comportamentos selvagens e valores humanos se unem criando uma história rica de ensinamentos, desde travessuras com Ikki, o Porco Espinho, até o enfrentamento épico com Shere Kan, o Tigre Manco. 

Ainda temos o Povo Macaco que, ao meu ver, traz grandes críticas ao próprio comportamento humano. Ao invés desses personagens trazerem medicinas e sabedorias correspondentes ao animal, os macacos, chamados de Bandar-log, tem uma imagem muito negativa (enquanto lia eu pensava: que droga de bicho chato!) e são detestados e desprezados por todos os outros seres da selva. Isso se dá, pois os Bandar-log estão sempre gritando, exercendo uma necessidade infantil de serem percebidos, atacando os outros sem motivo, destruindo tudo, brigando entre si e se intitulando os seres mais sábios e importantes do Jângal, além de serem os únicos a não seguirem a Lei da Selva, ou Lei do Jângal. Pra mim, nem precisaria saber que os macaquinhos são, entre os personagens, os mais próximos geneticamente da raça humana para entender a descrição deles como uma critica ao que se tornou a humanidade, a relação dela com os outros seres e o afastamento deles como consequência. Nos associar aos Bandar-log é um bom jeito de perceber o quanto soa patético nosso comportamento viciado por atenção e a ilusão de superioridade perante o mundo. Após a leitura, quando vejo escândalos por futebol, plateias para brigas de colégio, lixeiras depredadas e especismos ridículos, acho impossível não ver as pessoas como Baldar-logs e seu culto pela barbárie e a desordem.  

"Quatro coisas nunca estão contentes,
nunca estão saciadas desde que o Orvalho começou:
a boca de Jacala, o crocodilo; o papo do Abutre;
As mãos dos Macacos e os Olhos dos Homens."
- Provérbio do Jângal

No mais, recomendo de todo coração a leitura dos Contos de Mowgli para todos, principalmente para os pagãos. Os valores são admiráveis e a história por si só é bonita, cativante e surpreendente, sendo com certeza um dos livros que lerei para meus filhos.
 Texto de Iago Ferraz Wild (Puck)- Gruta do Bardo.

Lei da Selva para os Lobos
"Agora, esta é a lei da selva, tão antiga e tão verdadeira como o céu que se eleva,
E o lobo que a guardará prosperará, mas o lobo que o quebrará morrerá.

Como o cipó que circunda o tronco da árvore, a lei corre para futuro e para passado;
A força da alcateia é o lobo, e a força do lobo é o alcateia.

Lave-se diariamente da ponta do nariz à ponta da cauda; beba em abundância, mas nunca em demasia;
E lembre-se que a noite é para caça e não se esqueça de que o dia é para dormir.

O chacal pode seguir o tigre, mas, filhote de lobo, quando seus bigodes são crescerem,
Lembre-se que o lobo é um caçador - saia e obtenha sua comida própria.

Mantenha a paz com os senhores da selva, o tigre, a pantera, o urso;
E não pertube Hathi, o Silencioso e não zombe do javali em sua toca.

Quando duas alcateias cruzam sua trilha e pretendem permanecer,
Deite-se até os líderes terem conversado; Pode ser que as palavras justas tudo resolvam.

Quando você lutar com um lobo da alcateia, você deve lutar contra ele sozinho e longe,
Para que outros não participem da briga e o alcateia seja diminuído pela guerra.

O covil do lobo é seu refúgio, e onde ele o fez sua casa,
Nem mesmo o lobo chefe pode entrar, nem mesmo o Conselho pode vir se não forem convidados.

O covil do lobo é seu refúgio, mas se estiver muito em vista,
O conselho deve enviar-lhe uma mensagem, e então ele deve mudar-se novamente.

Se você matar antes da meia-noite, fique em silêncio e não acorde o bosque com seu uivo,
Para que não assustes os cervos das colheitas deixem os teus lobos irmãos de barriga vazia.

Poderás matar para si mesmo, e para os teus companheiros, e para os teus filhotes que precisam;
Mas não mate pelo prazer de matar e lembre-se sete vezes de nunca matar o homem.

Se tomar a caça de alguém mais fraco, não devore tudo em seu orgulho,
A Lei da Alcateia protege o mais humilde; então deixe-lhe a cabeça e a pele.

A matança da alcateia é a carne da alcateia. Você deve comer onde está;
E ninguém pode levar essa carne para o seu covil, ou poderá perder a vida.

A matança do lobo é a carne do lobo. Ele pode fazer o que quiser e levar para onde quiser,
Mas, até que ele tenha dado permissão, a alcateia não pode comer daquela matança.

Direito do Covil é um direito de Mãe. Ela pode reivindicar
Um lance de cada matança pra seus filhotes, e ninguém pode negar.

É direito do lobinho de um ano
 De toda alcateia ele pode reivindicar
Depois de cheio uma parte do alimento; e nenhum pode recusá-lo da mesma forma.

Direito do Covil é um direito de Pai, caçar sozinho para si próprio e para os seus;
Ele é liberado de todas as chamadas da alcateia. Ele é julgado apenas pelo Conselho.

Por sua idade e sua astúcia, por suas garras e por seu peso
Em tudo o que a lei deixa a palavra aberta, a lei do Chefe é lei.

Agora, estas são as leis da selva, e muitos e poderosos são elas;
Mas a cabeça e o casco da lei e o casco e a anca  são - Obedeça! "


-Rudyard Kipling (1865-1936)

sexta-feira, 17 de novembro de 2017

Senhores das Fadas



Prece de Inverno aos Senhores das Fadas


Resultado de imagem para gwyn ap nuddGwyn ap Nudd, que é Rei das Fadas e do Outro Mundo!

Áine, que é Rainha das Fadas e Senhora da Soberania!
Permitam que o Inverno se aproxime feliz,
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e que com ele se aproximem de mim as fadas e os espíritos bons!
Assim vos esperarei coloridos ao próximo verão.

Eu honro vossa luz e trevas e peço por tuas bençãos feéricas.
Que eu mergulhe em Awen!
Gwyn entre rochas, Áine entre flores,
me mostrem as fadas e afastem as dores!
Enviem meu amor também aos mortos,
e que as fadas me ajudem e me acompanhem
nos caminhos certos ou tortos!

Awen!
Texto de Iago Ferraz Wild (Puck) - Gruta do Bardo.
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quinta-feira, 16 de novembro de 2017

O Pão e o Vinho a.C.

O Pão e o Vinho a.C.
Por Iago Ferraz Wild (Puck)


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  A simbologia do Pão e Vinho na história e espiritualidade são anteriores à Cristo e aos mistérios da Igreja. Não venho trazer essa informação pela ladainha de "acusar o Cristianismo de plágio" (como se não fosse natural todos os meios religiosos incorporarem elementos anteriores), mas para aproximar os mistérios dessa fé com as antigas fés e defender a contradição que é o proselitismo.


  Muito se pode trazer sobre o tema, desde desconhecidos hábitos rurais dos antigos camponeses pagãos, até a difundida relação do vinho com Dionísio e Baco. Porém, hoje trarei Diana para mostrar uma profunda relação entre a associação vinho-Santo Sangue e pão-Santo Corpo e o olhar espiritual pré-cristão.


  Diana é uma deusa relacionada com a Lua e a Floresta, embora o estudo aprofundado dessa divindade mostre-a como "Senhora de Todo o Cosmos e Natureza". Sua correspondência cósmica vem também de suas interpretações como Criadora, mas principalmente ao observar que anterioà sua assimilação lunar, a divindade fora vista como a "Senhora das Estrelas e dos Céus", além da etimologia de seu nome apontar para o dia e o Sol (um aspecto curioso e misterioso para uma Deusa que, dentro de nossa História mais conhecida, é na maioria das vezes noturna). Já a carga de "Senhora de Toda a Natureza" possui uma base científica, no sentindo de observação e sabedoria sobre o funcionamento dos ciclos da Terra: Se uma Divindade rege a Lua, necessariamente rege o Mar. E se rege o Mar, necessariamente rege toda a Vida na forma que conhecemos. Não por acaso, a "Senhora da Lua" é também a "Senhora dos Bosques". 

  Em seu culto mais primitivo, ou seja, não o Romano (e muito menos os que sustentam afirmações de Diana como correspondente de Ártemis), encontramos o pão e o vinho com atribuições semelhantes às do Cristianismo. Algumas das evidências folclóricas provavelmente são d.C., resgatadas na Itália, mas são certamente projeções de cultos etruscos muito mais antigos que a própria mitologia romana clássica. 

  A primeira evidência é encontrada na "Conjuração do Vinho à Diana", uma cerimônia que intenta tanto aprimorar a qualidade da bebida quanto clamar por uma boa e saudável safra de uvas quando as condições estão desfavoráveis. Abaixo, segue um fragmento da conjuração em tradução adaptada ao português:

"Bebo porém não do vinho,
Mas do Sangue de Diana,
Pois o vinho se transformou em seu sangue,
e se derramou em minhas videiras em crescimento..."

 Dentro de uma lógica pagã, é óbvio associar os alimentos ao corpo e as bebidas ao sangue dos Deuses, uma vez que são produtos da Natureza e essa Natureza é literalmente parte do corpo material dos Deuses. Mas, o vinho toma uma simbologia especial por ser uma bebida que traz alegria e vigor ao consumidor, o que casa com a ideia de que todo prazer é um ato ritual à Diana.

 Em relação ao pão como corpo, observem um fragmento da Conjuração do Trigo:

"Conjuro-te, ó trigo! Que és nosso corpo e sem a ti não podemos viver..."

 Nesse trecho, o trigo (em alusão ao pão), é tratado não como corpo de Diana, mas como o nosso, o que sob um olhar teológico de culto à Terra, significa literalmente a mesma coisa. Mas caso isso esteja passível de interpretações diferentes, encontramos uma afirmação mais clara em uma invocação de Diana:

"Não asso o pão com o sal,
Nem cozinho o mel com o vinho,
Asso o corpo, o sangue e a alma,
A alma da (grande) Diana..."

 Para além disso, vamos encontrar na literatura diversas associações da Deusa ao pão e principalmente ao vinho, mas chamo a atenção para esta última cerimônia pois ela está associada a uma ceia devotiva, portanto santa, onde os celebrantes sentam-se à mesa e celebram o corpo e sangue de Diana, num mistério semelhante à "Santa Ceia", que se difere principalmente por ser feito na escuridão sagrada da noite e com os corpos dos homens e mulheres completamente desnudos, pois além de a nudez ser sagrada à Diana, a noite evocava um espirito de liberdade e afastamento das opressões que deveria ser celebrado, sem a maldade e banalização associada à nudez de hoje em dia.


 Por fim, é notável que até hoje o pão é um símbolo comum do alimento e do sustento, enquanto o vinho ainda rega os corações e os desejos de homens e mulheres, mostrando uma sacralidade que surge em tempos imemoráveis, se ressignifica no mundo cristão e perdura no imaginário, independente de credos.
Texto de Iago Ferraz Wild (Puck)- Gruta do Bardo.



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"La Dianara" de Enrico Isernia e "Diana cacciatrice" de Guercino, respectivamente.

Textos originais, em italiano,
extraídos de "Aradia:
O Evangelho das Bruxas",
obra do antropólogo
Charles G. Leland.